Fahrenheit 451 se
passa num mundo futurista, publicado em 1953 por Ray Bradbury onde ler livros
crime e os bombeiros não servem mais para acabar com incêndios e sim causá-los:
todos os livros deviam ser queimados. Isso porque a sociedade determinou que os livros são perigosos instrumentos de disseminação da discórdia, ou – lendo entrelinhas – uma forma de levar a sociedade a pensar e, assim, passar a questionar as coisas. Numa realidade em que as pessoas mal
conversam e passam o dia alienados escutando suas radioconchas (uma espécie de
rádio que se coloca no ouvido como um foninho) e com suas famílias criadas nas
televisões interativas Guy Montag é um típico bombeiro que ama seu trabalho e
se considera feliz até conhecer Clarisse enquanto voltas para casa, uma jovem
cheia de vida e muito observadora (coisa bem rara nessa época) ela era do tipo
estranho que conversava com a família de verdade e dava voltas para contemplar
a noite.
“- As pessoas não conversam sobre nada.
- Ah, elas devem falar de alguma coisa.
- Não, de nada. O que mais falam é de marcas de carros ou roupas ou piscinas e
dizem ‘Que legal!‘. Mas todos dizem a mesma coisa e ninguém diz nada diferente
de ninguém.”- confesso que achei essa parte muito irônica pois é bem familiar o
fato das pessoas não conversarem sobre nada, e a culpa não é do estado ou de
qualquer outra pessoa a parte a não ser nós mesmo e isso causou uma preocupaçãozinha
com o futuro...
Eu sou meio suspeita pra falar por que falou que é distopia (principalmente antiga) eu fico louca, nem preciso falar que amei né?
“- Minha mulher diz que os livros não são "reais".
- Graças a Deus que
não. Você pode fechá-los e dizer: 'Espere um pouco aí'. Você faz com eles o
papel de Deus. Mas quem consegue se livrar das garras que se fecham em torno de
uma pessoa que joga uma semente num salão de tevê? Ele dá a você a forma que
ele quiser! É um ambiente tão real quanto o mundo. Ele se torna a verdade e é a
verdade. Os livros podem ser derrotados com a razão.”
Algo que me chamou muita atenção foi como esse livro, que foi escrito num cenário pós guerra se aplica perfeitamente aos dias e a mentalidade de hoje em dia em que a alienção é opcional ao contrário da história.
“Ele observou a cena, fascinado, sem querer se mover.
Parecia muito remota e não lhe dizer respeito; era uma peça à parte e
independente, maravilhosa de assistir e não deixava de causar um estranho
prazer. Isso é tudo por minha causa, pensou ele. Meu Deus, isso tudo está
acontecendo só por minha causa.”
"Sentiu
como se tivesse deixado para trás um palco e muitos atores. Sentiu como se
tivesse abandonado a grande sessão espírita e todos os fantasmas murmurantes.
Estava passando de uma irrealidade assustadora para uma realidade irreal,
porque nova”
“Todos devem deixar algo pra trás quando morrem, dizia meu
avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de
sapatos. Ou um jardin. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que
sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem
para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não
importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito
que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos
passaram por ela. A diferença entre homem que apenas apara gramados e um
verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito
bem não ter estado ali, o jardineiro estará lá durante uma vida inteira.”
“Encha seus olhos de admiração, viva como se fosse cair
morto daqui a dez segundos. Veja o mundo. Ele é mais fantástico do que qualquer
sonho que se possa produzir nas fábricas. Não peça garantias, não peça
segurança.”
É isso aí pessoal espero que tenham gostado da resenha e das fotos (eu nunca teria coragem de queimar um livro de verdade talvez um de matemática ou física aí fiz esse mini livro meio amador e taquei fogo aueauh. Beijoos
♥ ♥ ♥